sábado, 25 de setembro de 2010

Mentira, é só o que sou. Uma pilha de falsetes. Acredito nos sentimentos que forjei ao longo da vida como se não houvesse outra realidade. Atuei muito bem, fui filha revoltada, namorada carinhosa, mulher safada, amiga confidente, fiz revolução e senti saudade. Ora essa, saudade de quê. Nunca houve nada que fosse meu de verdade. Talvez um velho rádio, uns discos, cigarros emprestados e nunca devolvidos, roupas compradas com mesada desmerecida. Meus pais, meu avô, meu namorado, não eram meus. Eram donos deles mesmos. E eu, que devia ser dona de mim, me vendi às mentiras que contei para me confortar.

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