sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Doceria

Menta! Hoje comprei uma bolinha de chocolate com licor de menta no Mercadão. Foi o melhor doce que eu já provei. Mas me disseram que no dia em que eu encontrar uma bolinha de chocolate com amor dentro, vou perceber que a menta foi aperitivo. Ainda não encontrei, não. A que vinha paixão era boa, pena que tinha prazo de validade curto.
Ouvi dizer também que às vezes pode ser até amor com cara de paixão, mas se não tiver chocolate estraga do mesmo jeito. Chocolate hidrogenado não vale, a gente respira oxigênio, não daria certo. Quer dizer, alguns respiram amor, mas fica estranho cheirar carreirinha de chocolate. Os asmáticos respiram paixão, e só se cura quando encontra o amor. Ou o chocolate. Ou os dois. É, os dois.
Eu não tenho pressa pra achar o amor, por mais que pareça. A única coisa que eu quero é o chocolate. Se todo mundo me desse o chocolate e parasse de tentar me dar o amor, eu já estaria curada da asma. Mas ninguém quer me curar. Ninguém que queira me curar me oferece amor. Chocolate demora, mas vira amor... Amor nunca vira chocolate... Se virar alguma coisa, nunca será chocolate. Decidi que não vou mais aceitar amor de estranhos. Vai saber se está envenenado. Pensando bem, podem envenenar o chocolate também!
-Ninguém envenena o amor, não dá... Chocolate até dá...



não coma chocolate!
chocolate não se come

amor também não
chocolate nos come
amor não


Eu te amo, mestre.
De Ariane Machado para Júlio César Simões.

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